Girvany Morais
“Nasci no dia 27 de março de 1965, num lugarejo chamado
Vaqueta, município de Açucena, às margens do Rio Santo Antônio,
sendo meus pais Maria Dias Martins e Juventino Martins de Morais,
portanto há 59 anos estou pelejando nesse mundo, remando
minha canoa, como fazia nos velhos tempos, no Rio Santo Antônio,
rio que navega de forma indelével na minha vida.
Sempre gostei de ler, e o meu primeiro livro ganhei do meu
irmão mais velho, livro pedido pela escola, que se chamava “As
mais belas estórias”, não me lembro o autor que fez a compilação
das estórias.
Desde a tenra idade, toda manifestação artística me encantava,
em especial a Literatura. Gosto de Drummond, Pablo Neruda,
Mário Quintana e Bertold Brecht, não querendo ser pretensioso,
confesso que fui infl uenciado por ele; gosto também de Charles
Baudelaire, Pedro Tierra e, na prosa, admiro João Guimarães Rosa,
Machado de Assis, Graciliano Ramos, Ernest Hemingway, cujo
livro o livro “O velho e o Mar” já o reli quatro vezes; cito também,
como meu escritor predileto, Gabriel Garcia Marques, como é maravilhoso
Cem Anos de Solidão! É puro êxtase.
Digo com ironia que não consegui ser nada na vida, inventei de
ser poeta, não sei se sou dos bons.
Trabalho na Prefeitura Municipal de Açucena, no setor de fi scalização.
Como podem ver, sou funcionário público, como dói, como diria Drummond”.Tenho dois livros publicados, um de poemas e outro de minicontos. O de poemas chamado: UM GRITO EM CDA POEMA, e o de minicontos, SOCOS E ALÍVIOS, sendo esse disponível em livro digital, quem se interessar pode pedir pelo wattsapp: 33991042299.
Primeiros contatos com a leitura
Gosto tanto dos livros que eu frequentava a escola em dois períodos, aproveitava o fato de a escola ser perto da minha casa e da minha irmã ser a professora. Encantava com as cartilhas que eram usadas no processo de alfabetização e nas estórias ali contidas. Já nas duas últimas séries, tive que ir para uma escola mais distante, foi na quarta série que ganhei o livro do meu irmão: As mais belas estórias, coletânea de contos universais, pedido pela professora, não lembro o nome do autor, cuja estória “Ali Babá e os Quarenta Ladrões”, me emociona até hoje.
Fazendo a quarta série, tive que interromper os estudos por oito anos, meus pais não tinham condições custear meus estudos na cidade, fui para cidade de Timóteo, morar com meu irmão, fui estudar no Colégio Municipal, referência em qualidade em todo o Vale do Aço. Na quinta série a professora de Português pediu aos alunos e alunas que fizessem trabalho leitura de determinado livro, e a mim foi dado a incumbência de ler Cem Noites Tapuias, da Ofélia Narbal Fontes, e cada aluno ou aluna fez análise da obra em sala, sendo a minha feita com muita desenvoltura, daquele dia diante fui maravilhosamente abduzido pelos livros.
O que significa a leitura para mim?
No princípio ler pra mim significava puro encantamento. E à medida que fui intensificando as minhas leituras, fui tomando consciência das questões do mundo, significou novas descobertas, tirou-me da zona de conforto, e isso dói.
Minha experiência como leitor.
As minhas experiências como leitor estão explícitas na primeira resposta. Foram fundamentais, através delas tive suporte intelectual para desenvolvê-la.
Influencia
Vários escritores, inclusive os mais engajados socialmente.
Processo de criação.
Na verdade não elaborei um processo de escrita, saiu naturalmente, ela é totalmente intuitiva.
Como eu definiria a minha escrita?
Na minha escrita está compilada toda a minha preocupação com a realidade social, fruto da militância política, denúncia social, de todas as perversidades cometidas às pessoas. Portanto o cotidiano e a realidade é minha principal matéria-prima engraçado que não. Escrevo pouco sobre o meio onde cresci. A não ser algumas lembranças.
Que lugar a Literatura ocupa na sociedade?
Lugar nenhum, infelizmente, embora fundamental como qualquer obra de arte. Entendo que com o advento da Internet e das mídias sociais e a idiotização trazido por ela, contribui consideravelmente para isso, pelo menos o que podemos dizer da literatura tradicional e de alta densidade, temos sim uma literatura de menos densidade, os chamados best-sellers.
Quando comecei a levar a sério, o ato de escrever?
Comecei a escrever algumas coisas sem levar a sério o ato de escrever. Desenvolvi de uns dez anos para cá. Publiquei dois livros que eu refuto de muita maturidade.. A minha escrita é essencialmente política e social.
Quais são as características de um texto?
Coerência, ritmo, clareza, compromisso com a qualidade do texto.
O que faço quando teho dificuldade de elaborar um texto?
O esqueço. Depois ele renasce.
O que é fundamental em um texto literário
A emoção é fundamental, é a força motriz de qualquer obra de arte. Cabe ao escritor o cuidado para não cair na emoção barata.
Muito se tem discutido, porque o brasileiro, lê. Qual a sua opinião sobre essa polemica?
Essa é uma pergunta complexa e longa. O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. As pessoas não têm acesso a escola básica, poucas concluem o ensino fundamental, poucas concluem o ensino médio. Num país onde as pessoas não têm dinheiro para comprar o básico, que dirá comprar livro. Com advento da Internet e das mídias sociais, a sociedade se digitalizou e se visualizou, portanto uma fonte inesgotável de leituras podemos questionar a qualidade, mas existe gente lendo. Acho que podemos desenvolver processos de leitura, com as novas gerações, sem esquecer o bom e velho maravilhoso livro físico. Concluindo: realidade social, falta de incentivos e de investimentos em cultura e educação.
Que sugestão você daria, para que haja mais interação ente escritor e o público leitor?
Simples: que nós escritores, saiamos da zona de conforto, e irmos onde esse público está
Qual a importância das redes sociais, na divulgação dos seu textos?
.Fundamental, principalmente para escritores independentes e desconhecidos. Faz toda a diferença. O que escrevo está tudo lá.
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